segunda-feira, 30 de julho de 2012






Não falo mais de amor,
Não falo mais de dor.
Falo.
Prosa, poesia..
Não quero rimas insólitas.
Não!! Quero rimas insólitas.

No intrincar dos sentidos
Crio um livro ambíguo
Sei, se sei..
Sei?

Não sei o que quero.
Não sei o que escrevo.
Se bem falo,
Por vezes me calo.

(Ana Cecília Berger)



Minha querida amiga Ana Berger

terça-feira, 17 de julho de 2012


A gente se apaixona por quem já é apaixonado.
Eu não disse “normal”, disse “apaixonado”. O malabarista do circo que ama o que faz, o cara que passa o dia escrevendo poemas loucos sem lucro, a mulher que sobe num salto agulha para ser advogada e anda de pés descalços porque ama a praia, o economista que só sabe sorrir na frente dos números, o amigo aquele que sofreu tudo que dava e segue tendo um sorriso tão alegre, a moça que leva no brilho dos olhos o amor por cozinhar, ler, olhar as estrelas, correr, costurar, viajar, desenhar, fazer quadros lindos que sequer irão para alguma galeira, fazer o outro sorrir, que seja, qualquer arte que visível ou invisível. que encante, contagie. Aquela arte que faz sorrir. Todo mundo precisa de uma dessas na vida, e é por causa dela - seja qual for - que já somos apaixonados antes de realmente sermos.
A gente se apaixona por quem ama algum pedaço bem pequeno da vida aos olhos do resto do mundo. E não é difícil entender… Gente azeda não gosta de nada. E pode se odiar um pouquinho também, querer ser melhor aqui ou ali, no caráter ou no estético, tanto faz: ódio anda colado no amor. Pode odiar até amar.
De resto, é tudo loucura, normalidade demais. A gente se apaixona por quem chora uma madrugada inteira pela gordura a mais do corpo, pelo documento que sumiu, pelo dia que deu errado, pela chuva que não deveria ter caído, pelo estresse do relógio… E mesmo tem um amor somente seu para recomeçar.
A gente se apaixona por quem já carrega no peito paixões para fazerem sorrir apesar de todos os pesares que nos atropelam.
Gente sem algum amor escondido, não é apaixonante.
Enfim, a gente se apaixona por quem não tem explicação de já ser previamente apaixonado por algum canto bonito da própria vida.

By Isadhora Costa


Ps.: Te admiro muito, sempre, maior fã sua!